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Antevisões: conteúdo ou marketing?

-Informação ou promoção?---------------------------------,-----


Há bem mais de uma década de anos o acto de comprar uma das poucas revistas de videojogos do mercado era banal. Muitas das vezes a mera imagem na capa de um jogo muito desejado motivava a compra, para saciar a curiosidade: quando é que é lançado, os traços gerais da história, níveis, ver uns ecrãs inéditos e tudo o mais.


Hoje em dia, as antevisões (previews) não possuem grande valor jornalístico. Isto não só pelo excesso de informação mas sobretudo pela falta de espinha dorsal de muitos jornalistas de videojogos. Uma antevisão passou de uma descoberta dos detalhes de um jogo para uma mera peça promocional, marketing bem mais precioso do que várias páginas numa qualquer reputada revista.

O problema principal das antevisões, principalmente as que gozam do polémico factor de exclusividade, é que falta regularmente uma visão imparcial sobre a matéria em causa. A tendência – a nível global – é a de elogiar uma obra incompleta, enaltecer os seus pontos positivos e nem sequer referir defeitos que muitas das vezes permanecem na versão final. Falar mal de um jogo antes deste estar terminado pode parecer contra-senso, mas não é afinal essa a missão de um bom jornalista? Precaver e aconselhar os seus leitores para os problemas que poderão encontrar, colocá-los em alerta sobre o jogo no qual irão despender mais de 50 euros?

A linha entre uma crítica construtiva e colocar o pé na argola é relativamente fina, mas a integridade deve estar acima de tudo. Não custa nada colocar a ressalva de que a versão de antevisão ainda se encontra naturalmente incompleta mas – e deixar sempre isto bem claro – se certos erros não forem corrigidos a qualidade global poderá ficar algo comprometida. Apenas e só isso. A análise será a altura para esclarecer todas as dúvidas, sem suposições ou adivinhações.

Como tal, o meu conselho: se buscam informação sobre um dado jogo, nunca se guiem apenas por um texto. Procurem alternativas, comparem os pontos fortes e fracos (se estes últimos existirem) e decidam então se acabaram de ler uma boa fonte de informação ou estiveram a perder tempo com uma publicidade camuflada de artigo. Afinal, o dinheiro custa a ganhar e convém gastá-lo de maneira sensata.

3 comments:

Unknown disse...

Mas Vitor, falas de falta de coragem por parte dos jornalistas, mas a verdade é que caso sejam menos simpáticos no texto de uma antevisão o mais provável é que a produtora corte o relacionamento com a publicação...

NebachadnezzaR disse...

Falas de um assunto sobre o qual também já tinha pensado, a falta de relevância que as antevisões têm hoje em dia. Ainda me lembro de quando uma antevisão me fazia salivar, morto de curiosidade para saber mais qualquer coisa sobre determinado jogo.

Hoje em dia passam-me completamente ao lado. Ou leio análises finais ou faço a minha própria antevisão, baseado em informações de notícias, videos de jogabilidade, opinião de quem já teve a oportunidade de experimentar, etc...

freepcg disse...

"o mais provável é que a produtora corte o relacionamento com a publicação..."

Essa é uma das grandes razões do receio de colocar logo os pontos nos "i".

"Ou leio análises finais ou faço a minha própria antevisão, baseado em informações de notícias, videos de jogabilidade, opinião de quem já teve a oportunidade de experimentar, etc..."

E quando há uma demo disponível então a opinião pessoal ainda ganha mais forma (embora certas - raras - demos façam mais mal ao jogo do que bem).